O exame clínico e o correto diagnóstico das causas são essenciais para o sucesso do tratamento.
Dor nos ombros - irradiada ou não para os braços e mãos -, tensão na região cervical, dor lombar, estalos no peito ou dificuldade para respirar. Esses são alguns dos sintomas de um problema muito comum na região da coluna torácica ou dorsal, mas que tem sido cada vez mais negligenciado quanto ao seu correto diagnóstico e tratamento.
Trata-se da falta de mobilidade dessa região da coluna vertebral, que, reconhecidamente, costuma desenvolver rigidez com extrema facilidade, sobretudo em razão do sedentarismo, do estresse e de outros fatores que comprometem a rotina de atividades diárias.
Muitos pacientes chegam ao consultório relatando os sintomas, geralmente já munidos de uma vastidão de exames de imagem que revelam quadro inflamatório na região, seguido de laudo diagnóstico de tendinite ou bursite. Ocorre que, para a grande maioria dos casos, os exames de imagem não são determinantes para o diagnóstico correto das causas das dores relatadas pelos pacientes. E a falta prolongada de tratamento, ou mesmo um tratamento inadequado, pautado em um diagnóstico incorreto, acaba por acentuar o quadro de compensações, ocasionando ainda mais dor.
A articulação dos ombros (articulação glenoumeral), fisiologicamente, está diretamente relacionada ao bom funcionamento da região da coluna torácica, e vice-versa. A depender do comportamento desta região, duas partes dos ombros são afetadas: a articulação esternoclavicular e a região escapular. Em outros casos, a falta de mobilidade da torácica também acarreta o encurtamento do músculo peitoral menor, gerando mais compensações na cintura escapular e, em casos mais avançados, a discinesia escapular.
Na prática clínica, é muito comum os pacientes relatarem um histórico de passagem por diversos tratamentos, que muitas vezes só se concentram no local da dor e negligenciam a investigação mais acurada sobre outros locais do corpo que, mesmo distantes do ombro, possam ter contribuído para o surgimento do quadro de dor. Esse tipo de investigação só é possível através do exame clínico, de testes específicos no paciente e da análise conjunta de seu histórico de dor com as atividades desenvolvidas no seu dia-a-dia.
A anamnese, seguida do tratamento adequado, poderá trazer êxito na mobilidade dessa região, conferindo qualidade de vida ao paciente e permitindo que possa dar solução a um problema relativamente simples e que dispensa intervenções ao corpo.
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